A caça é uma das atividades mais antigas e cruciais da História da Humanidade, tendo sido decisiva na evolução do Homem, por constituir uma atividade essencial na obtenção de alimento e vestuário, necessários à sobrevivência dos povos ancestrais. Contribuiu também para o desenvolvimento da motricidade e engenho da espécie humana, pela necessidade de conceção de ferramentas para caçar e processar os animais caçados. Em paralelo, a caça estimulou o desenvolvimento da comunicação humana, dada a necessidade de planear e comunicar essa atividade na comunidade primitiva. As pinturas rupestres, que figuram nas grutas e cavernas e que representam com frequência cenas de caça, são exemplo da elevada importância que esta atividade teve para as primeiras sociedades humanas primitivas.

Com a evolução dos tempos, a finalidade primordial da caça foi-se transformando, servindo, por exemplo, de treino para a atividade militar na Grécia antiga, e permanecendo, nos tempos modernos, uma importante atividade, associada a tradições com fortes alicerces genéticos e histórico-culturais, dinamizadora do associativismo, da recuperação de património, e fomentando relações sociais. A caça mobiliza muitas pessoas para os territórios do interior e, através dos seus efeitos socioeconómicos, dinamiza o mundo rural, atenuando desigualdades sociais e territoriais, suportando, de forma direta, indireta ou induzida, milhares de empregos. Quando exercida de forma adaptativa e com ética, constitui uma importante ferramenta de gestão de populações silvestres e gera oportunidades de conhecimento dos ecossistemas.​