A paratuberculose é uma infeção crónica, típica de ruminantes domésticos, causada por Mycobacterium avium subsp. paratuberculosis (MAP).
Num estudo desenvolvido por investigadores do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV, IP), do Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais (cE3c) da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) da Universidade de Aveiro, publicado na revista Scientific Reports, foram encontradas evidências moleculares da circulação do agente etiológico em espécies como o sacarrabos, a raposa, a fuinha e a genete.
Foi estudada a influência de diversos fatores bióticos e abióticos na exposição dos sacarrabos à paratuberculose, tendo-se observado uma forte influência do clima e altitude na exposição destes animais ao MAP. Nomeadamente, verificou-se que a probabilidade de deteção de MAP em sacarrabos era maior em animais provenientes de áreas com temperatura mais estável e com menor precipitação anual, mas também em zonas localizadas a maiores altitudes.
Além disso, neste estudo, não foram observadas lesões, nem evidências de excreção da bactéria nas fezes, o que indica que a raposa e o sacarrabos podem ser portadores assintomáticos deste agente, contribuindo assim para a contaminação ambiental e influenciando a dinâmica da infeção nos agroecossistemas do Mediterrâneo, com presumível impacto em espécies suscetíveis e em perigo.
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